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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Tratamos da 2ª Vaga Como Trump?!

24.10.20
Se há momento em que a mudança de opinião é muito aceitável, é este. Vivemos numa grande incerteza e o salvamento de vidas exige as necessárias alterações.
 

Vem a propósito do segundo debate Biden versus Trump. A contenda começou com a covid. Quem viu, só pode responder sim à interrogação em título. Biden acusou Trump de não ter um plano e de se recusar "a diminuir o tamanho das turmas na escola presencial, a contratar mais professores para assegurar o ensino à distância e que se o fizesse reduzia a frequência nos transportes públicos e nos locais de trabalho". Foi peremptório: "não fez os trabalhos de casa". E Biden nem referiu a cerimónia na casa branca, da juíza candidata ao supremo, apinhada de gente sem máscara. Nesse domínio, Trump ultrapassou os europeus; mas por pouco. Veja-se o último Conselho de Estado em Portugal. Não foi por zoom como seria elementar e pedagógico, mas foi com máscara. Já o tratamento dos conselheiros foi naturalmente semelhante. Nenhum tomou um cocktail, mas o próprio Lobo Xavier confessou que recebeu uma atenção que não está ao alcance do cidadão comum. Por exemplo, um professor que tenha numa turma de 30 um aluno positivo (numa sala apinhada com alunos ombro a ombro e com máscaras com um uso muito mais precário do que as dos conselheiros), continua a leccionar, não faz quarentena, não é testado e tem dificuldade em dizer aos alunos que não se agrupem do mesmo modo noutro sítio. E ainda lê o ministro português do sector contraditar Biden e envolver até a Europa ao afirmar que "a gestão da pandemia nas escolas é um sucesso a nível europeu". 

Para Biden, o pior está para vir; e era muito bom que a ciência conseguisse que assim não fosse. Mas era importante que os europeus o ouvissem.

E em tom irónico e no caso português, talvez fosse mais sensato não se culpar os cidadãos porque em vez de usarem os transportes públicos e irem à escola, passam os dias em casamentos e baptizados. Até os alentejanos de Borba e Vila Viçosa já fecham escolas em vez de pararem com eventos religiosos. Os cidadãos são tão insensatos, que, se 1000 têm aulas às 8h30 na mesma escola, engarrafam a única entrada do estabelecimento de ensino em vez de a usarem a partir das 4h30 num movimento de cerca de 100 a cada meia-hora. E podíamos ficar a tarde toda com caricaturas. Um detalhe é certo: o vírus não aparece do nada e para haver um surto tem que existir um primeiro infectado.

Voltando ao início, é muito positivo mudar de opinião e não infantilizar os cidadãos. Como alguém escreveu, "e antes da desorientação, veio o aviso aos portugueses, dez milhões de crianças precisam de um "abanão"." A correcção da obrigação da "impossibilidade informacional" StayAway é um bom exemplo.