Tasca do Cais
(Hipopótamo da Gorongosa :) como pode verificar aqui.
Nasci virado para o mar e os "meus" rios ligavam-me ao desconforto do lodo, ao perigo dos pântanos e dos crocodilos e a passeios de barco onde se lançavam mangas para que a diversão incluísse as bocas abertas dos agradecidos hipopótamos (deixo uns links no fim do post para que não se pense que me estou a armar em caçador de elefantes ou leões. Sublinho que de pescaria tenho apenas, e por distracção, uma garoupa no currículo. Os relatos dos meus feitos circunscrevem-se a bolas de basquete ou de futebol e não tenho qualquer simpatia pela monarquia).
A competição entre águas, dos rios e dos mares, pendia de vez para o oceano onde as margens nunca eram opressoras apesar da presença, muitas vezes apenas espiritual, dos tubarões. Aprendi a olhar os rios de outro modo com o Tâmega em Chaves e com o Corgo em Vila Real. Ao primeiro, até umas boas horas de natação tenho de agradecer.
Estávamos a passear por Vila Nova de Cerveira e a escolher, no centro histórico, um sítio para jantar. A "Tasca do Cais", mesmo em cima do Rio Minho e com uma esplanada virada para a sua serenidade, é muito aconselhável. Tem um ano de existência e habita um espaço antigo e bem recuperado. Escolhemos uma mesa no 1º andar com vista para o rio e passámos uma horas inesquecíveis.
Pode ver aqui um vídeo, no excelente blogue sobre a Gorongosa, com os rios do primeiro parágrafo. Embora o Umbeluzi, o Incomati e o Maputo fossem os que mais frequentei, os que pode ver na fita de 1961 (voz de Fernando Pessa) retratam bem a atmosfera. Não se impressione com as imagens da selva e da savana. Pode crer que o mundo é muito pequeno e que as faunas ditas mais racionais não têm um comportamento que o confirme.
1ª edição em 29 de Abril de 2012.