Chove. É dia de Natal.
Chove. É dia de Natal. Lá para o Norte é melhor: Há a neve que faz mal, E o frio que ainda é pior. E toda a gente é contente Porque é dia de o ficar. Chove no Natal presente. Antes isso que nevar. Pois apesar de ser esse O Natal da convenção, Quando o corpo me arrefece Tenho o frio e Natal não. Deixo sentir a quem quadra E o Natal a quem o fez, Pois se escrevo ainda outra quadra Fico gelado dos pés. Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
Chove. É dia de Natal. Lá para o Norte é melhor: Há a neve que faz mal, E o frio que ainda é pior. E toda a gente é contente Porque é dia de o ficar. Chove no Natal presente. Antes isso que nevar. Pois apesar de ser esse O Natal da convenção, Quando o corpo me arrefece Tenho o frio e Natal não. Deixo sentir a quem quadra E o Natal a quem o fez, Pois se escrevo ainda outra quadra Fico gelado dos pés. Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
Os livros em papel resistem, e ainda bem, mas os postais nem por isso e naturalmente. O livro de G. Grass foi uma auto-prenda uns dias antes e o postal é um registo das boas memórias de um professor. (...)
Natal de 1971 Natal de quê? De quem? Daqueles que o não têm? Dos que não são cristãos? Ou de quem traz às costas As cinzas de milhões? Natal de paz agora Nesta terra de sangue? Natal de liberdade Num mundo de oprimidos? Natal de uma justiça Roubada sempre a todos? Natal de ser-se igual Em ser-se concebido, Em de um ventre nascer-se, Em por de amor sofrer-se, Em de morte morrer-se, (...)