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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Do Universo das Conclusões Óbvias e Graves

14.12.22, Paulo Prudêncio
A adicção tecnológica (“há uma explosão da partilha de conteúdos de pornografia e misoginia”), e recuos civilizacionais como quadros de mérito académico para crianças e jovens, só podia dar nisto. Os professores confirmam estes estudos da OMS ("os adolescentes estão mais nervosos e medicam-se mais") e não se cansam de nomear outro problema grave da desestruturação e "ausência" de sociedade na educação: a escola a tempo inteiro que é tantas vezes a educação a tempo (...)

Da História da Burocracia Escolar

10.09.22, Paulo Prudêncio
Em Maio de 2008 (fui confirmar no blogue na rubrica "estatuto do aluno") dizia-me um responsável por um sistema de informação escolar: "vou ter um trabalhão; o governo acabou com a distinção entre faltas justificadas e injustificadas no básico e no secundário e tenho de reformular a programação do registo de faltas". Disse-lhe: "não mexia nisso, não leio assim a lei e não tarda dizem que afinal é para fazer como dantes". Demorou dois anos. É evidente que a minha conclusão (...)

A Propósito da Onda Mediática da Indisciplina Escolar

Houve um choque de desconfiança nos professores: o cliente tem sempre razão não se aplica às escolas

19.03.22, Paulo Prudêncio
Não se conhecem culpas quando a democracia é empurrada para um degrau inferior. Mas decerto que haverá. A escola, por exemplo, pode dar um importante contributo, em duas ou três gerações, para a consolidação da democracia ou para a sua fragilização. Comprova-se, por muito difíceis que sejam os estudos empíricos, a relação directa e proporcional entre a qualidade democrática das escolas, a ambição escolar dos alunos e a confiança nos professores. E a ambição escolar é (...)

em forma de u e até outro dia

22.04.20, Paulo Prudêncio
    Não sei se o universo mediático já instituiu o Prémio Covid-19 para o mais eloquente elogio aos professores, mas perante esta torrente laudatória os professores, que são os mesmos de há uns meses e de há uns anos, estarão algo perplexos. E neste sentido, lembrei-me de um texto de 2010 que permite, acho eu, um elenco alargado de conclusões e reflexões. (1ª (...)

Do Dever de Indignação

10.11.19, Paulo Prudêncio
    O último "prós e contras" abriu com o testemunho de um professor: "já fui agredido sete vezes". Para além da coragem, não é difícil imaginar a brutalidade que um depoimento destes acarreta. Pelo que percebi, e com excepção da moderadora, não se registou a solidariedade ao agredido que estava presente e que até fez mais do que uma intervenção. Ao que saiba (e é seguro dizê-lo propositadamente quase uma semana depois), o Governo não emitiu uma nota indignada e (...)

Motivação e Infantilização

08.11.19, Paulo Prudêncio
  Pelo que se vai lendo, os professores do ensino superior queixam-se da infantilização dos alunos na relação com uma ideia: “não é o professor que tem de motivar”. Dizia-me há dias um colega desse grau de ensino: "tive que pedir desculpa, mas não recebi os encarregados de educação. O aluno tinha 21 anos e frequentava o 3º ano da licenciatura. Confirmei posteriormente o que justificou a recusa e fiquei sem qualquer problema de consciência". Para este estado de coisas, (...)

A Escola no Limiar da Tempestade

...Já só os alunos dão ânimo aos professores...

27.10.19, Paulo Prudêncio
  Acentua-se a falta de professores e os que existem estão, em regra, descrentes, agastados ou radicalizados. Já "só os alunos dão ânimo aos professores", apesar do ruído relacional quando o smartphone é uma dependência central na vida dos alunos. Para além disso, a sociedade contamina a disciplina escolar porque a mediatização diária dos conflitos educativos é geralmente conduzida por analistas, comentadores e dirigentes políticos que se entretêm a reforçar a sabida (...)

A Propósito do Pico Mediático da Indisciplina Escolar

Houve um choque de desconfiança nos professores: o cliente tem sempre razão não se aplica às escolas

23.10.19, Paulo Prudêncio
  Não se conhecem culpas quando a democracia é empurrada para um degrau inferior. Mas decerto que haverá. A escola, por exemplo, pode dar um importante contributo, em duas ou três gerações, para a consolidação da democracia ou para a sua fragilização. Comprova-se, por muito difíceis que sejam os estudos empíricos, a relação directa e proporcional entre a qualidade democrática das escolas, a ambição escolar dos alunos e a confiança nos professores. E a ambição escolar (...)

Ainda há quem se surpreenda com estas notícias?

20.12.18, Paulo Prudêncio
    Na sequência de outros estudos com conclusões semelhantes (e muito preocupantes), é factual que os últimos anos acentuaram uma escola excessivamente competitiva. É evidente que o actual acesso ao ensino superior condiona todo o edifício educativo. Para além disso, os alunos perderam os espaços não supervisionados. O "espaço livre para brincar" desapareceu. A sociedade capturou a organização escolar com detalhes elucidativos: eliminação do "furo" escolar, redução de (...)

A escola e a fragilização da democracia

28.10.18, Paulo Prudêncio
      Não se conhece uma assumpção de culpa quando a democracia é empurrada para um degrau inferior. Mas decerto que há justificações. A escola pode dar um importante contributo, em duas ou três gerações, para a consolidação da democracia ou para a sua fragilização. Comprova-se, por exemplo, a relação directa e proporcional entre a qualidade democrática das escolas, a ambição escolar dos alunos e a confiança nos professores, por muito difíceis que sejam esses (...)

A ambição escolar, o curto prazo e a confiança nos professores

27.10.18, Paulo Prudêncio
        A relação entre a qualidade da escola e a ambição escolar dos alunos é directa e proporcional. Embora sejam difíceis os estudos empíricos num assunto que exige modelos consolidados, é seguro afirmar que os alunos são decisivos.  A ambição escolar é tão determinante como as condições socioeconómicas. Como Portugal apresenta taxas elevadas de insucesso e abandono escolares, é natural que a desorientação, e a constante alteração de políticas, seja (...)

O não na agenda educativa

24.02.18, Paulo Prudêncio
      "A formação da personalidade apoia-se na sua negação", é uma verdade educativa intemporal. Por mais que os destinatários reajam (e é bom que o façam), o "não" é desejado, necessário e útil. Outra verdade prende-se com a necessidade do "não" escolar aos encarregados de educação (não educacional, organizacional e curricular, obviamente) e que a lógica do "cliente tem sempre razão" tem eliminado. É evidente que haverá encarregados de educação mais "tudólogos" (...)

da democracia na escola: entre o passado e o futuro

22.01.18, Paulo Prudêncio
          A confiança nos professores, e na sua autoridade enquanto educadores que transportam saberes nucleares, tem um relação decisiva com o futuro da democracia e com as boas aprendizagens dos alunos. A liberdade de aprender e ensinar é um direito inalienável para alunos e professores e há história suficiente para eliminar equívocos quanto aos efeitos. Há um património docimológico com exigências democráticas. É surpreendente que, na ânsia do controlo das salas (...)

do contra-ciclo escolar com a Europa

12.11.17, Paulo Prudêncio
        Reduzimos o abandono escolar em contra-ciclo com a (reconfigurada; e decadente?) Europa e confirmamos que o aumento da escolarização das sociedades influencia em quase 70% as taxas de frequência e os resultados das aprendizagens. Portugal reforça as conclusões ao atenuar, neste indicador, a influência da delapidação dos determinantes 30% da organização escolar por razões financeiras. "Não há vida escolar para além do défice", explica parte da imobilidade (...)

do não na agenda escolar

05.08.17, Paulo Prudêncio
      "A formação da personalidade apoia-se na sua negação", é uma verdade educativa intemporal. Por mais que os destinatários reajam (e é bom que o façam), o "não" é desejado, e inconfessado, pelos educandos, necessário e útil. Outra verdade é a necessidade do "não" escolar aos encarregados de educação (não organizacional e curricular, obviamente) que a lógica do "cliente tem sempre razão" tem eliminado. Há encarregados de educação mais "tudólogos", ou (...)