Quando se gravita longe das salas de aula e se decide que a inclusão é em modo de "tudo amontoado e crença numa qualquer divindade", os resultados dão nisto: "estudantes com necessidades especiais estão em turmas grandes de mais".

PELAS RUAS DA INCLUSÃO

Gosto muito deste pequeno (3 minutos apenas) e intemporal vídeo. Pediram-me um vídeo sobre inclusão e lembrei-me deste até a propósito da única alteração do Ministério da Educação na constituição de turmas em plena pandemia: todos os alunos passam a frequentar as disciplinas todas. As políticas de inclusão requerem um número de alunos por turma decente em todas as turmas. Todas as pessoas são singulares e todas devem frequentar turmas iguais. O modelo "tudo ao monte e (...)

  Quem analisa criticamente a lei da inclusão ou o fim das reprovações é, desde logo, objecto de uma acusação: não é progressista e discorda da igualdade de oportunidades. Esse risco é subalterno se a intolerância vier duma ala mais clubista. Mas o assunto será diferente se tem origem no legislador ou em quem o influencia directamente. É precisamente por isso que se temem maiorias absolutas de um partido. Como sugeriu o PM, as máquinas partidárias são imprevisíveis e (...)

  Os desenhos das três pessoas têm o mesmo tamanho? Meça. Concluirá que têm. A distorção é provocada pelo funil e obriga a pensar.   Daniel Kahneman (2011:137), "Pensar, Depressa e Devagar". Temas e Debates. Círculo de Leitores. Lisboa.  

        Um aluno com características que exijam a constituição de uma turma reduzida (os fundamentais 20 e não 28 alunos) tem que frequentar, diz a lei, 60% da carga curricular para que a turma se reduza. Ou seja, as disciplinas que incluem o espaço inferior a 60% integram o aluno num universo de 28 e não de 20 alunos. É um detalhe que faz toda a diferença e que espartilha a inclusão entre o centralismo dos números e a desconfiança nas escolas e nos professores.  A (...)

     

      Decreto-Lei n.º 54/2018   Manual de Apoio à Prática

      O universo hiperburocrático escolar está inundado de siglas que sintetizam o fatal cruzamento dos excessos e inutilidades das ciências da educação com os atavismos das ciências da administração. É uma bactéria. O Governo eliminou a sigla NEE´s (Necessidades Educativas Especiais), porque é exclusiva, substituindo-a pela CJNMMASAI (Crianças e Jovens com Necessidade de Mobilização de Medidas Adicionais de Suporte à Aprendizagem e à Inclusão). Cresce a (...)