Diz-se muitas vezes que os sacos e saquinhos azuis são provocados pelo excesso de burocracia. Não é verdade. É perfeitamente possível gerir instituições públicas com contas certas e sem sacos azuis. Dá trabalho e requer estudo, mas compensa. Eleva os graus de transparência e eficácia. Torna mais produtivos os investimentos e a confiança de clientes, fornecedores e investidores. A democracia dá trabalho e nunca se ouviu o contrário; o serviço público também, já agora. E (...)
O ensaio "Porque falham as nações", de Daron Acemoglu e James Robinson, conclui sobre a história universal dos últimos três milénios: as nações não falham por causa da geografia, da cultura ou da ignorância, mas pela incapacidade em transformar políticas, instituições e empresas extractivas (que acumulam a riqueza em "elites" e oligarquias) em inclusivas (que distribuem a riqueza e diminuem as desigualdades). E sublinha: só a consolidação do modelo inclusivo durante (...)
O ensaio "Porque falham as nações", de Daron Acemoglu e James Robinson, conclui sobre a história universal dos últimos três milénios: as nações não falham por causa da geografia, da cultura ou da ignorância, mas pela incapacidade em transformar políticas, instituições e empresas extractivas (que acumulam a riqueza em "elites" e oligarquias) em inclusivas (que distribuem a riqueza e diminuem as desigualdades). E sublinha: só a consolidação do modelo inclusivo durante (...)
É tal o desvario imobiliário na zona histórica de Lisboa, que uma casa com 11 cozinhas esteve à venda por quase 6 milhões de euros. O assunto mediatizou-se e revelou - na defesa e no ataque - o tradicional e nefasto clubismo: é nos clubes como nos partidos, nos países, nas cidades, nos bairros, nas escolas e até nas praias. E, como se vai percebendo, o fenómeno aprende-se de pequenino e parece em crescendo. Vá lá: o vereador proprietário das 11 cozinhas demitiu-se.
A suprema ironia, é ver os endinheirados - não todos, obviamente - pelo sistema vigente a fazerem discursos anti-sistema para capitalizarem votos pelo mundo ocidental; e instigam à violência, à polarização, à perseguição dos pobres, das minorias étnicas e até dos imigrantes que, no fundo, são contribuintes fundamentais; e ao fim da democracia.
Diz o Expresso:
"Dinheiro, muito dinheiro, castelos, mansões e propriedades luxuosas, aviões, iates, obras de arte. 35 atuais e antigos Presidentes e primeiros-ministros, além de mais de 330 funcionários públicos em mais de 90 países, obtiveram estes e outros bens (...)
Para além de natural enjoo num país que mantém tanta pobreza depois de três décadas de fundos estruturais, impressiona o modo jocoso e acima-da-lei como estes figurantes a braços com a justiça se passearam pelo mundo mediático e pelo parlamento; e sempre com a conivência de quem com eles trabalhou anos a fio ou com a subserviência da maioria do poder político. E também impressiona o rol de vieirinhas, pintinhos, socratinhos, berardinhos e salgadinhos que se passeia numa (...)