Substituir os rankings pela inclusão
Substituir os "rankings pela inclusão como a medida principal na avaliação externa das escolas", como diz o Público, é uma decisão que só peca por tardia. Há muito que se sabe que "os resultados dos alunos em exames não avaliam escolas". Mas não basta substituir. É necessário incluir três variáveis inquestionáveis: a inclusão é, antes de mais, uma obrigação da sociedade e só será bem sucedida na escola se se dirigir a todos - alunos, professores e outros profissionais - e se a avaliação externa estimular a desburocratização. Já temos história suficiente para perceber que foi a hiperburocracia (e a desconfiança nos professores) que provocou o instabilidade de programas de inclusão e a documentada exaustão de todos; alunos também. Simplificando: quantos professores leccionam turmas do 8º ano? Qual é, hoje, o saldo orçamental da escola e em modo digráfico? Se uma escola não tem respostas deste género à distância de um clique, nem vale a pena continuar a avaliação externa.
Mas esta substituição remete-nos para um dos fenómenos escolares mais chocantes da última década. Os rankings "estimularam" a exclusão de alunos de quem se esperava fracos resultados académicos (incluíndo os da educação especial). O choque foi da responsabilidade de profissionais pagos integralmente pelo orçamento de estado em escolas públicas ou nas tais "privadas". Espera-se que esta substituição atenue o fenómeno.