só porque se ouviu dizer?
O mediatizado caso Grupo GPS das relações público-privado na Educação está entregue ao Ministério Público e à Polícia Judiciária. Pelo que sabemos, as investigações das autoridades competentes e da Inspecção-Geral da Educação originaram buscas que envolveram uma centena de agentes e uma dezena de magistrados. Não acreditamos que as forças judiciais e policiais tenham agido com esta dimensão porque ouviram uns boatos. Temos de aguardar pelo desfecho e confiar na justiça. É um caso difícil, mais ainda em termos locais, e as pessoas envolvidas têm o direito à presunção de inocência.
Este processo tem anos. Por isso, é, no mínimo, surpreendente que um dos secretários de Estado do MEC afirme que "(...)não se podem lançar sobre as pessoas suspeitas sobre as quais apenas se ouviu dizer". É óbvio que não se pode acusar quem quer que seja sem fundamentos legais. Dá ideia que o referido secretário não conhece bem o processo. O caso Grupo GPS tem os contornos que se sabe, vai muito para além do tal "porque se ouviu dizer" e compete ao MEC ouvir a justiça e decidir em conformidade com a lei.
Diário de Notícias, 17 de Fevereiro de 2014.
Cortesia do João Daniel Pereira do movimento
"Em defesa da escola pública no Oeste"