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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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Sempre que um governante

16.06.24, Paulo Prudêncio

 

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Sempre que um governante, ou alguém que inicie funções de gestão, se desculpe com o antecessor, diga-lhe para ler o seguinte post da série "Sua Excelência" que escrevi em 2008:
Sua Excelência enfadava-se com o que lhe acontecia e vivia duplamente: sobressaltado com o que tinha para fazer e aterrado com o que deixava de realizar. Era um dilema em forma circular. Tinha adquirido um tique só explicado por Lacan: dizia e repetia para consigo e para com os outros: isto não é como antigamente. Era uma espécie de oxigénio rarefeito.

O seu antecessor tinha-lhe deixado duas cartas: uma para o primeiro momento de aflição - quando tivesse de tomar uma decisão e a ignorância fosse total - e uma outra para o segundo momento de aflição - quando tivesse de tomar uma decisão e a ignorância fosse total -.

Sua Excelência, certo dia, abriu a primeira: "culpe o seu antecessor", continha o sobrescrito.

Sua Excelência, certo dia, abriu a segunda: "escreva duas cartas", continha o sobrescrito.
 
(Reedição, 1ª edição em 14 de Abril de 2008) 

 

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