seis ideias a propósito dos exames do 4º ano
Concordo que se eliminem os exames do 4º ano e sem tibiezas. Mas não chega, embora essa decisão tenha um efeito dominó.
Primeiro: só em sociedades ausentes é que estes exames abrem telejornais e andam pelos parlamentos como disputa ideológica.
Segundo: as crianças transportam quatro responsabilidades em provas com este enquadramento: a sua, a do seu professor, a da sua escola e a do seu país (e não tarda da sua UE se os europeus descerem para sul).
Terceiro: este "estado de sítio" evidencia uma certeza antiga: os instrumentos científicos podem ser válidos, mas dependem da cabeça que os utiliza.
Quarto: um primeiro passo civilizado, que foi reconhecido recentemente pelo CNE, para estes exames teria sido óbvio (já ouvi do eduquês mais rudimentar que os "miúdos" até gostam): eliminar a sua publicitação em pautas, quadros e rankings e dar a conhecer os resultados apenas ao respectivo encarregado de educação.
Quinto: é indecente que as autoridades escolares e políticas reivindiquem os bons resultados e assobiem lateralmente quando assim não é.
Sexto: há muito que se sabe que, em regra, os resultados escolares melhoram com a elevação das sociedades e das famílias e ao longo de gerações. O bom ensino, as boas escolas e os bons ministérios são, em regra, uma consequência disso. Quem especializa precocemente exclui, empobrece e tem sempre piores resultados globais a prazo; também há muito que se conhece esta evidência, mas a eliminação da história parece associar-se aos fanatismos.