regressa o ruído aos concursos
Iniciar o portal digital com os processos individuais de alunos, professores e outros profissionais da educação é um imperativo que o Ministério da Educação (ME) adia há mais de duas décadas. Existem dezenas de empresas privadas licenciadas pelo ME em software escolar e mais umas dezenas de plataformas digitais a obter dados que constam de processos individuais analógicos existentes nos serviços administrativos escolares que, em muitos casos, mais parecem pergaminhos "consolidados" por fita-cola. É um inferno de procedimentos com um faz de conta insuportável. Resultados de tudo isto? Matrículas de alunos em estado-século-XIX e concursos e candidaturas de profissionais da educação envoltos em clima de suspeição pela não confirmação de dados (para alem da tortuosidade na contagem do tempo de serviço). Quando "se vê um candidato ultrapassado por dados falsos que se conhecem "desde sempre"", como relatam candidatos ao presente concurso, ou exclusões com base em inexactidões dos serviços, é difícil que a indignação não aja. Não existem portais perfeitos (até na rede multibanco existirão falhas). Mas se só se lançarem dados materialmente comprovados e de domínio público quando solicitado, e se regressar a sensatez contabilística à contagem do tempo de serviço, será dado um primeiro passo para a eliminação do ruído e a justiça tornará decente esta área tão sensível.