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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Reféns

15.12.19, Paulo Prudêncio

 

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"Vivemos em permanente medição, quantificação e avaliação. Nada escapa. Coisas, pessoas, actividades ou instituições. Obcecados com números, rankings, ratings ou likes, já nem nos damos ao trabalho de pensar. O nosso espaço mental é uma tabuada. Consumimos percentagens como se fossem ansiolíticos. Vivemos em cálculo permanente. Desiste-se de elucidar, de reflectir ou persuadir.(...)" É assim que Vítor Belanciano começa "a sua crónica" no Público com o título "reféns da sociedade da quantificação". E ainda esta semana, a agenda comunicacional repetiu um raciocínio falacioso para descansar as consciências e instituir mais inacção na falta de professores: "nos próximos 4 anos reformam-se 18 mil professores e também haverá menos 101 mil alunos". E depois? E isso significa o quê? Olhemos pela tabuada: na última década, a redução de professores (30 mil) e a de alunos (160 mil) foram mais acentuadas e a crise de professores agravou-se. Para além disso, se reduzirmos o abandono (o precoce e o outro) e o insucesso escolares para números decentes, teremos acréscimo na frequência escolar. Por outro lado, devíamos introduzir critérios de qualidade e de sustentabilidade desde os alunos por turma à escala das organizações. Aliás, já há países a questionar os sacrossantos indicadores do PIB, cuja aritmética mais não tem feito do que aumentar as desigualdades (os ganhos da produtividade concentram-se numa minoria) e degradar o ambiente (as organizações de grande escala entraram em crise irreversível). E acrescenta Vítor Belanciano: "(...)Em vez de basear toda a análise na evolução do PIB, o Governo islândes deseja conciliar factores como a educação, saúde, boa governança, cidadania, saúde da democracia, protecção ambiental, acesso à cultura ou gestão equilibrada do tempo.(...)"

Imagem: encontrei a imagem no site da "exposição - Urbano - neste meio de mar"