Por Esclarecer
Continua por esclarecer no Novo Banco (e, obviamente, nos restantes) o seguinte exemplo (imaginário): um activo imobiliário foi escriturado em 2006 por 10 milhões. Só se considera o valor executável quando o banco o vender. Imaginemos que foi vendido hoje por 4 milhões. Os 6 milhões de diferença são considerados imparidades e são suportados pelos tais empréstimos dos contribuintes a 30 anos. Imaginemos que amanhã é comprado por 9 milhões. Os 5 milhões de ganhos não serão devolvidos ao fundo de resolução (quando muito, o banco pagará os 6 milhões de imparidades em 30 anos). E são estes nomes que importa conhecer. Quem escriturou, quem vendeu e quem comprou.
Por outro lado, o ministro das finanças, à pergunta "se não se preocupava com o défice de 2019, uma vez que o orçamento vai emprestar quase mil milhões de euros ao fundo de resolução", foi taxativo: "nos dois primeiros meses de 2019 as receitas na segurança social e no IRS subiram 6% ao mês. Se essa tendência se mantiver, o défice, inscrito no tratado orçamental, equilibrar-se-á." Ou seja, o empréstimo à banca penalizará os do costume que nunca receberão o que perdem ao mês em 2019, a exemplo do desfalque que se verificou na última década. E isto tem nomes: país, e se quisermos Europa também, com as organizações políticas capturadas pelos mercados financeiros e incapazes de reagir com os tratados que assinaram; luta de classes; enriquecimento "ilícito"; estilo de corrupção que regista a maior transferência da história de recursos financeiros das classes médias e baixa para a classe alta.