Para ler devagar
Leia, sff, e tente adivinhar quem fez as declarações seguintes antes de encontrar a solução no parágrafo final.
“Não é preciso ser altruísta para apoiar políticas que elevem a renda dos pobres e da classe média. Todos beneficiarão. Essas políticas são essenciais para gerar crescimento mais alto, mais inclusivo e mais sustentado. Ou seja, para se ter crescimento mais duradouro será necessário gerar crescimento mais equitativo."
"Novos estudos demonstram que elevar num (1) ponto percentual a parcela da renda dos pobres e da classe média aumenta o crescimento do PIB dum país até 0,38 pontos percentuais em cinco anos. Em contrapartida, elevar num (1) ponto percentual a parcela da renda dos ricos reduz o crescimento do PIB em 0,08 pontos percentuais. Nossas constatações sugerem que – contrariando a sabedoria popular – os benefícios da renda mais alta "espalham" para cima e não para baixo. Para além de outras variáveis, constata-se que os ricos gastam uma fracção menor da sua renda o que reduz a procura agregada e enfraquece o crescimento. Os nosso estudos anteriores demonstram que a desigualdade excessiva de renda reduz, na verdade, a taxa de crescimento económico e torna-o menos sustentável com o tempo."
São declarações, em Bruxelas, de Christine Lagarde, em Junho de 2015, baseadas no boletim oficial do FMI de 17 de Junho de 2015 que integra o estudo, também de Junho de 2015 e do mesmo FMI, "Causes and Consequences of Income Inequality: A Global Perspective". Se Maquiavel estivesse por cá, teria explicação: "disse ao Príncipe: faz a maldade toda em pouco tempo e depois confessa-a; sei lá: afirma-te neoliberal no início e "social-democrata para sempre" no fim; confia na sabedoria popular."
2ª edição.
1ª edição em 04 de Fevereiro de 2016.
Nota: Davos (24.01.2018): "Lagarde diz a Costa e Centeno que Portugal é um excelente exemplo".