os institucionalistas que me desculpem
Desde os sofistas e de Aristóteles que se sabe que a política é também a arte da mentira. Proclamar A e o seu contrário é o modo de ser dos institucionalistas que nos empurraram para onde estamos. O branqueamento da corrupção e a eliminação da memória são consequência e causa de primeira grandeza. O refúgio na "amizade" é o argumento que esconde a obstinação da oligarquia.
Embora com contornos diferentes do já referido, não se percebe, por exemplo, o que tem sustentado o apoio inicial sem limites aos últimos ministros da Educação.
O facto tornou risível o "discurso dos arrependidos", como aconteceu com Carlos Fiolhais (falou em science killer e avaliação destruidora, imagine-se) que era amigo de Crato, que conhecia as suas ideias sobre ensino superior e investigação e que se desiludiu. Só que Crato era também ministro do ensino não superior e quem o conhecia nesses domínios apressou-se a avisar que o ministro estava impregnado de preconceitos contra a escola pública e que nada sabia de gestão escolar onde não se conhecia uma frase do seu pensamento. Tudo comprovado. O contágio ao ensino superior e à investigação foi uma questão de tempo.
Até o eduquês, que importou de Marçal Grilo, sempre se pareceu com o do crítico original: uma espécie de versão II que na prática resultava em mais do mesmo. As polémicas à volta do excessivo linguajar das ciências da Educação são apenas uma milionésima parte do inferno informacional em que mergulhou a gestão escolar e os últimos ministros limitaram-se a acrescentar ruído com os institucionalistas sempre à espera de uma nova vaga. E depois de tanto radicalismo pouco informado, como é que querem que fique tudo na mesma?
1ª edição em 18 de Maio de 2015