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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

o trabalhador como conceito

01.05.17, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

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Chicago, 1 de Maio de 1886

 

"Por que será que se riem quando digo que trabalho muito?", interrogou-se um humorista. Compreendi-o. Fazer rir, como de resto acontecia com a maioria das actividades culturais, ficava aquém de um conceito que considerava um banqueiro ou um facilitador de negócios como o grau elevado do exercício profissional. O valor do trabalho restante media-se pela "possibilidade" de sobrevivência para baixo; era disso que riam.

Já não é assim. Algo mudou no conceito, mas tardam as reversões. 

Os professores, por exemplo, gozam de boa reputação, como trabalhadores, nos inquéritos junto das populações, mas "irritam" o poder da última década e meia em Portugal. São uma espécie que incomoda e foram escolhidos, não apenas por serem muitos, como alvo a abater. Começou antes da chegada dos credores. Não é especulativo afirmar que estamos há anos a fio a registar quase diariamente essa degradação sem um qualquer sinal de reversão.