O surreal arrasta-se de negociação em negociação
Há muito que se percebeu a indecência num assunto demasiado sério. O marketing político espera pelo cansaço dos professores e já fez coisas graves: tentar colocar pais contra professores, culpar o WhatsApp, propor "mudanças" iguais ao que existe (as percentagens do acesso aos 5º e 7º escalões, 75% e 58%, repetiram o que existe, 50% + 25% das quotas e 33% + 25% das quotas) distorcer pareceres da PGR, passar o conselho local de directores para conselho local de quadro de zona pedagógica (mudar apenas o nome) e alterar, de quadrienal para quinquenal, a periodicidade dos concursos internos e acabar no óbvio anual (os governantes viviam em que planeta?).
Apesar das várias greves, manifestações, vigílias e por aí fora decorridas desde Dezembro de 2022, o Ministério da Educação (ME) arrasta o surreal. Na proposta desta semana, lê-se: "abranger os professores que estavam em funções a 30 de agosto de 2005 (data de início do primeiro congelamento na carreira docente) e que tenham 9 anos, 4 meses e 18 dias de tempo congelado. E propõe a recuperação do tempo que os docentes ficaram a aguardar vaga para ascender ao 5º e 7º escalões, a partir do ano de descongelamento."