"O que devia ter sido reivindicado (mas nunca será...)" - Mário Silva
Recebido por email devidamente identificado.
"Os sindicatos reivindicam a recuperação de 6 anos de serviço, suspensos durante o período da troika, mas isso só repõe parcialmente a perda. Recuperando o tempo de serviço de modo gradual apenas recupera uma percentagem pequena da perda financeira. Mesmo que a recuperação fosse dos 6 anos no imediato, também haveria uma perda significativa. Cálculo:
- docente no 3º ano do 6º escalão, com 55 anos. Recuperação gradual de 1 ano e alguns meses durante 5 anos = terá 65 anos quando entra no 1º ano do 10º escalão.
- docente no 3º ano do 6º escalão, com 55 anos. Recuperação imediata dos 6 anos = passa para o 1º ano do 8º escalão. Terá 63 anos quando entra no 1º ano do 10º escalão.
Em ambos os casos usufruirá do 10º escalão durante muito pouco tempo.
Qual deveria ser a reivindicação? Ser colocado no escalão correspondente ao tempo de serviço. No exemplo dado, o docente com 30 anos de serviço seria colocado no 1º ano do 9º escalão. Aliás, um sindicato disponibilizou um simulador no site que se baseia no tempo de serviço e qual o escalão em que deveria estar com esse tempo. No entanto, a política partidária impediu a exigência desta reivindicação e optou pela recuperação gradual, com o argumento de não hostilizar a população, e portanto, mantém uma perda financeira colossal. E mesmo que esta reivindicação fosse satisfeita, teria havido uma perda irreversível de milhares euros causada pela suspensão durante vários anos. Ou seja, a verdadeira justiça seria a colocação no escalão correspondente ao tempo de serviço e receber todo o dinheiro retirado durante os anos da troika (corte 3,5% salário base + subsidio férias e natal + taxa adicional).
Antes da troika e da reestruturação da carreira, os docentes entravam no 10º escalão, em média, com 55 anos.
Conclusão: toda aquela população docente acima dos 45 anos terá uma perda financeira brutal definitiva, que se repercutirá estrondosamente no valor da pensão de reforma.
Mário Silva"