O Número De Infectados Baixa (E Não Sobe, Como Se Dizia) Com o Encerramento das Escolas
Como era conhecido ao fim de 2 vagas, o número de infectados baixa com o encerramento das escolas. Só uma grave invenção nacional insistia: "o número de infectados não baixa com o fecho das escolas; até sobe". Espera-se que não exista uma 4ª vaga. Mas se acontecer, exige-se que os autores do achismo tenham aprendido, apesar de tudo, a lição.
O conhecimento disponível era conclusivo antes da 3ª vaga: "quanto mais tarde se fecham escolas numa pandemia descontrolada, pior". O encerramento das escolas foi fundamental na 1.ª vaga e em 9 de Dezembro “concluía-se que a reabertura das escolas foi uma das decisões mais relevantes para a 2ª vaga pandémica na Europa e na América do Norte e que turmas mais pequenas e ensino semi-presencial são medidas eficazes para que a frequência das escolas seja mais segura”. Em Portugal, as pontes do início de Dezembro (decorrentes dos feriados de 1 e de 8) influenciaram a descida do número de infectados.
O conhecimento disponível considera cerca de 10 dias, no mínimo, desde os confinamentos para que a descida do número de infectados se verifique. Nesta semana (1 a 7 de Fevereiro), isso aconteceu inequivocamente. Infelizmente, as tragédias das mortes, dos cuidados intensivos e dos internamentos têm um calendário mais prolongado. Recorde-se que as escolas reabriram a 4 de Janeiro e encerraram a 22 (e na semana de 18 a 22 já havia concelhos com as escolas fechadas e outros com inúmeras turmas em quarentena). Era previsível que o número de infectados começasse a descer na data em que se verificou: últimos dias de Janeiro ou primeiros de Fevereiro.
O projecto Covid19 Insights, uma iniciativa da Nova IMS da Universidade Nova de Lisboa e da Cotec, concluiu a 4 de Fevereiro:"O encerramento das escolas, e a consequente diminuição da mobilidade, e as medidas mais restritivas impostas pelo Governo a partir de meados de Janeiro ajudaram a uma queda mais rápida da taxa de transmissibilidade do vírus SARS-CoV-2, tornando o efeito do confinamento muito próximo do de Março e Abril. No período referido foi possível reduzir a transmissibilidade entre 35% e 40%. Ainda é cedo para menos restrições, mas este maior cumprimento das medidas começa a revelar impacto nos números da covid-19. Contudo, os internamentos e óbitos mantêm-se altos."
Nota: custa observar a vacinação indevida. É aquela espécie de cultura que espera a primeira oportunidade para perverter as regras usando os pequenos poderes em favor próprio ou dos amigos. Mas para os inúmeros que não se revêem na chico-espertice, é um sinal de esperança, até porque a grande vaga da vacinação ainda nem sequer começou, registar que existiu uma indignação consequente: bater com a porta, como parece ser o caso do coordenador que se demitiu. E mais do que este permanente ruído, o que importa são as coisas básicas: evitar aglomerações e espaços fechados; manter o distanciamento físico e anular contactos sem máscara; rastrear e testar; reconhecer sintomas; lavar as mãos; e ser-se vacinado.