Não é o Primeiro "Caso Centeno"
Tenho 33 publicações numa pesquisa por "centeno" e este não é o primeiro "caso centeno". E tirando o tempo de serviço dos professores e uma última intervenção na AR em que nos elogios a Portugal e ao sistema de ensino omitiu os professores de modo a que não restassem dúvidas, as opiniões são positivas. Destaco esta:
Por acaso, está patente na Alfândega do Porto a exposição "Leonardo da Vinci - As invenções do Génio". O homem do renascimento, que criou uma Geringonça (imagem), não imaginaria que um dos seus delírios náuticos transformasse turismo em petróleo e provocasse um crescimento económico que espanta esse mundo "rigoroso" que não suporta veleidades. É coisa de génio, realmente. Os austeros da escola de Schäuble têm razão e devem pensar na mala para o violão.
Por muito que custe aos avessos a qualquer curiosidade científica, há mérito português. É certo que o plano de Centeno escolhia a subida do consumo interno; não se verificou, apesar da reposição de salários e das condições interessantes que podem acontecer no futuro próximo. Mas é uma lição política para os que adivinhavam uma catástrofe com um Governo apoiado numa Geringonça. Nem as sucessivas viagens em direcção à bancarrota (conduzidas pelas "elites" que guiavam - e se guiavam - o antigo arco governativo), esmoreciam o discurso só-arco-fim-da-história. Portugal recomenda-se, o plano de Costa e Centeno, que levou Passos Coelho, em pleno parlamento, às lágrimas de tanto rir com as ousadias científicas, é olhado como alternativa numa Europa mergulhada em problemas de navegação.
E acrescento este pedaço: Por outro lado, há quatro anos, e na criação da inédita maioria parlamentar que muitos anunciaram como catastrófica, Mário Centeno aterrou em Bruxelas, e no Eurogrupo, envolto numa aura risível semelhante à da primeira intervenção no parlamento que levou Passos Coelho às lágrimas de tanto rir. Por muito que custe aos ultraliberais, como foi o caso do ex-PM, houve mérito na estabilidade portuguesa e Centeno regressa como presidente do mesmo Eurogrupo. Quem diria.
A presente questão Novo Banco tem contornos anteriores aos três protagonistas do "caso centeno". Nem sei se o PR pediu desculpa, mas o que não convinha mesmo nada é que os "abutres da alta finança" vissem em Portugal fragilidades políticas para começarem novamente a dividir para reinar como fizeram com os bancos: o bom e o mau.