mais uma grande educadora
Teodora Cardoso, que tem um currículo de ligação estreita ao mainstream que nos trouxe até aqui, propõe que salários e pensões sejam depositados em contas poupança (deixam de ser à ordem) e que se taxe cada levantamento para que os portugueses sejam menos gastadores. Teodora Cardoso encara esta missão opinativa como uma forma de equilibrar as contas do Estado. Vejam lá se a economista se lembrou de educar a banca. Arre, que já nem se sabe o que dizer de tanto educador do povo.
Mas não é a única. Já no fim-de-semana, Vasco P. Valente (até ele) dava conta da plêiade de estrelas da bancarrota que exibem uma sabedoria nunca antes aplicada.
"(...) Há em Portugal um pequeno grupo de indivíduos que Portugal quer desesperadamente ouvir sobre o futuro. Este grupo passa hoje a vida na televisão e nos jornais, com ou sem espaço próprio, e, fora disso, é fatal em qualquer conferência, encontro, simpósio ou debate que por aí se faça na universidade e nos partidos.
Quem são os génios que adquiriram um prestígio que vai do povinho iletrado da TVI, da RTP ou da SIC, às maiores sumidades do país? São, como seria de calcular, os ministros das finanças que magistralmente nos levaram à bancarrota e à miséria. Não sei ou não percebo por que razão esse fracasso lhes deu uma autoridade para falar sobre o desastre a que presidiram. Mas que deu, com certeza que deu; e eles assoprados pela sua importância, não se importam de o usar.
Tirando Cadilhe, que tem juízo, e Sousa Franco, que já morreu, a espécie não se poupa. Vítor Gaspar, Teixeira dos Santos, Bagão Félix, Manuela Ferreira Leite, Catroga, Cavaco (que não se demitiu do seu penacho de economista lá por ser primeiro-ministro e Presidente da República), nenhum deles pára.(...)"