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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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Infelizmente, A Comunicação Social Chegou Muito Tarde à Falta de Professores

18.09.22, Paulo Prudêncio

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A comunicação social chegou muito tarde à falta de professores; e infelizmente, porque sabemos da influência do quarto poder. Mas não só se atrasou, como desvalorizou quem antecipava o fenómeno.

Há cerca de década e meia que se projecta no Ocidente a falta estrutural de professores. As "Novas Políticas de Gestão Pública" (iniciadas por Thatcher e Reagan e continuadas por Clinton, Blair, e Schröder), aplicadas vinte anos antes, foram fatais. A OCDE e o Fórum Económico Mundial renovaram-nas, projectando a redução de professores na transição digital em paralelo com a sua "uberização" (precarização). Portugal, atrasado como sempre, chegou tarde, mas acelerou a tragédia em 2006 com nuances únicas na avaliação de professores e na criação autocrática de mega-agrupamentos de escolas.

Como sempre acontece, os EUA e o RU iniciam as "reformas" (já conhecem há muito esta tragédia que ajuda Putin e os seus familiares populistas que invadiram o Capitólio e concretizaram o Brexit) e a Europa absorve-as depois. A França e a Alemanha, e até a Espanha, já desesperam com a falta acentuada de professores.

Os nórdicos resistem melhor porque têm classes médias consistentes. Mas a Suécia vive uma grave crise educativa porque aplicou um desastroso programa de privatização total da rede escolar na década de 1990. Com a Finlândia é diferente. Confessam uma década muito difícil na educação. Enfrentam a desistência em se ser professor porque o Governo conservador (de 2015 a 2019 e coligado com a extrema-direita dos "Verdadeiros Finlandeses") de Juha Sipilä, um milionário das telecomunicações, foi pioneiro na estratégia das "políticas rápidas" e das reformas alicerçadas em múltiplos projectos velozes, descontextualizados e fragmentados. O resultado foi mais privatização, mais instabilidade e menos investimento. Tentam recuperar (colo uma ligação nos comentários do facebook), mas destruir é sempre muito mais veloz do que construir.

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