"Há uma Onda de Energia e Entusiasmo nas Escolas" (3)
E para encerrar as publicações à volta do "há, como nunca existiu na escola portuguesa, uma onda de energia e entusiasmo", precise-se: não me interessou, nesta pequena rubrica radiofónica, debater uma mudança da escala de avaliação para mais ou menos níveis ou até para letras ou designações qualitativas. Nesse domínio, há muito por onde escolher. Por exemplo, um procedimento bem mais interessante, e que considero emancipador, é eliminar a publicitação em pautas e documentos do género as avaliações dos alunos. A avaliação de cada aluno deve interessar apenas ao seu encarregado de educação.
Registo a preocupação de muitos com estes desenvolvimentos. E têm motivos, já que há decisões mais graves, até para a qualidade da democracia a médio prazo, do que as que referi. Ainda nesta onda curta e de difícil sintonização, ouvi defender o seguinte para as reuniões de avaliação intercalar: os representantes do alunos (crianças e jovens), e depois de ouvirem os colegas, devem avaliar cada um dos professores nesse plenário onde também marcam presença os representantes dos encarregados de educação. Seria um verdadeiro laboratório de desautorização. São decisões demagógicas (ainda piores do que as populistas) que escapam à elementar sensatez. Para além de tudo, educar crianças e jovens (alunos ou filhos) é uma relação com "outros" e não com "iguais".
Encontrei a imagem na internet numa rubrica "sonhar com ondas".