Há quem deseje um final "desastroso" para a crise grega?
O prémio Nobel Paul Krugman diz que sim e arrasa os credores, em especial o FMI. Tese semelhante é defendida por Dominique Strauss-Khan que assume "os erros cometidos pelo FMI na Grécia".
A disputa continuou ontem com uma surpreendente jogada de Alex Tsipras, que demonstra uma determinação "muito menos bom aluno" do que os países do sul da Europa que foram sugados pela troika. A resposta grega de referendo, "como resposta a um "ultimato" dos parceiros europeus e da troika", inclui o respeito pelo resultado da consulta. Parece um lance importante. Aconteça um não ou um sim, o Governo grego faz prevalecer a democracia, legitima-se e reforçará a resposta recente de Tsipras ao presidente do Conselho Europeu: "não é avisado humilhar um povo". Veremos se conseguirá uma inflexão da UE.
EUA e China assistem preocupados. Os norte-americanos voltam a exigir sensatez a Merkel numa altura em que a intervenção da Rússia nos Balcãs é ainda mais "solicitada" e em que a instabilidade no mediterrâneo parece em escalada imparável. A China defendeu há pouco "a continuação da Grécia na zona euro, mostrando-se disponível para "contribuir" para uma solução para a crise".
Começa a ser difícil encontrar observadores externos que defendam as teses da maioria do Eurogrupo e percebe-se o nervosismo radical do pessoal além da troika.