Há mais de uma década nas primeiras páginas
Não há profissão em Portugal alvo de semelhante devassa e desconsideração. Os professores estão há mais de uma década nas primeiras páginas. Desta vez, é uma "junta médica que considera apta uma professora com a doença de Alzheimer". Este clima tem um resultado: o descrédito dos professores, por mais positiva que seja a imagem destes profissionais nos inquéritos mais diversos. Se existia uma imperdoável desconsideração por parte dos partidos do antigo arco governativo (os professores eram muitos e o despedimento de 30% ajustou boa parte do desvario financeiro), os cerca de dois anos de geringonça não se traduziram em qualquer mudança significativa. O prolongamento de uma carreira tão exigente está a provocar situações como a descrita, para além de desenhar um futuro em queda com congelamentos eternos e precarizações de décadas. A inquietação aumenta com o discurso intransigente de deputados do PS que, a exemplo dos trágicos governos de Sócrates e Passos Coelho, divide os professores e recupera o tique do antigo arco governativo: alergia à escola pública e aos seus professores.