Dos Modismos no Escolar
Fui parar a uma entrevista de Agosto de 2016 de quem coordenou o perfil do aluno no final do 12º ano.
Regressei, pela enésima vez, a este post.
Começa assim:
A febre reformista no sistema escolar em Portugal não é nova: é mesmo imparável. O que é engraçado, e com o passar do tempo, é que vemos recuperar ideias antigas como se de grandes novidades se tratassem. Parece um percurso circular.
Escrevia, algures em 1998, uns textos para uma revista sobre educação e o coordenador pediu-me que inscrevesse algumas ideias sobre o assunto. Lembrei-me dos remédios. Fui ler a literatura do “Benuron” - medicamento para todas as dores e para todas as maleitas gripais e constipais - peguei no seu modelo organizativo e fui andando. Foi uma noite bem passada. Quase 16 anos depois, e aproveitando as competências do blogue, publico-as de novo. Só dois detalhes antes de começar: se em 1998 era possível este grau de má burocracia e eduquês, não é de admirar que com mais 17 anos intensivos isto tivesse chegado a este estado.
Republico apenas o perfil do aluno. Para os restantes medicamentos terá que ir ao original no link referido.
Perfil do aluno.
Registo da patente: equipa coordenadora dos programas escolares na reforma Roberto Carneiro em 1989.
Composição: registo preciso e rigoroso do estado do produto aluno somados x anos de laboração.
Indicações terapêuticas: impede desvios acentuados nos complexos processos de apreciação global dos alunos; facilita a criação de mecanismos rigorosos de análise transversal do desempenho de humanos sujeitos ao agressivo contexto escolar.
Contra-indicações: pode provocar ligeiras dores de cabeça quando verificada a sua articulação com os programas escolares das disciplinas dos anos terminais de ciclo.
Precauções especiais de utilização: não deve ser aplicado a alunos muito curiosos nem aos que se posicionem de frente ou de costas.
Prazo de validade: um ciclo escolar, precisamente.