Clima(s)
Na abertura da cimeira do clima, António Guterres garantiu "que ciência e técnica necessárias já existem, só falta a vontade". É, salvo as devidas proporções, o que se passa com os concursos de professores em Portugal: há muito que existem meios técnicos para que os concursos por lista graduada sejam um não assunto de exemplares transparência e eficiência, só falta a vontade política e, demasiadas vezes, um conhecimento aprofundado do assunto. Com a crescente falta de professores, o Governo quer passar o problema e recuperar o pior, neste domínio, do tempo da troika: as bolsas de contratação de escola. E quer fazê-lo em simultaneidade com a municipalização, agravando o temor generalizado de um regime de clientelismo e amiguismo. Como se disse, há muito que existem os meios técnicos que serão ainda mais simplificados e velozes no universo 5G - prevê-se que o 5G torne obsoletos os procedimentos de gestão de grande parte das autarquias -. Por outro lado, as organizações de dirigentes escolares, constituídas por professores temporariamente noutras funções, rejeitam qualquer processo de exclusão de alunos, professores e restantes profissionais. São defensoras da Constituição. Querem elevar organizações públicas. Contam com todos em modo de inclusão. É a natureza do serviço público. Exigem receber alunos de acordo com a lei e organizar as instituições com professores e outros profissionais contratados por concursos públicos transparentes. O contrário seria uma lógica até rejeitada por muitos privados ou, ainda pior, de apropriação do bem comum. Espera-se que o Governo de António Costa se aproxime da ideia de António Guterres e do universo 5G e rejeite problemas aplicados por Passos Coelho. Aliás, o momento inicial da geringonça eliminou, e muito bem, a tal bolsa de contratação de escola de péssima memória.
Imagem: encontrei a imagem na internet com referência ao Mundo Educação