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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Não ler Maquiavel e desviar a atenção

21.10.24, Paulo Prudêncio

Os Governos devem fazer as "maldades" no início do exercício, sustentou Maquiavel. O actual Governo, talvez à espera de eleições antecipadas, ignorou o conselho e começou com as "coisas boas" todas de uma vez. Agora e no caso da Educação, terá que dizer ao que vem no que tem que mudar: carreira, burocracia, gestão e avaliação de professores. Lendo-se o que os governantes escreveram ao longo do tempo e os programas eleitoral e de Governo, espera-se outro ciclo de explosão de indignação e revolta. Talvez os próprios já tenham captado os riscos das suas políticas e nada melhor do que tergiversar com o conteúdo de uma disciplina que nem devia existir (e acumular os 45 ou 50 minutos semanais nas disciplinas das humanidades e das ciências) e dirigir-se a uma franja, talvez significativa, do eleitorado que tanto é AD como extrema-direita.

Nem por acaso, no último texto no Público escrevi assim: "(...)Mas, questionará o leitor, não houve diferenças nesse pacto "cego" de regime para a proletarização dos professores? Houve diferenças, claro que houve. Mas em indicadores tecnocráticos menos determinantes para a crise vigente: avaliação externa das aprendizagens, rankings de escolas e duas exorbitâncias curriculares com tiques dos totalitarismos do século XX: à direita o "ler, escrever e contar" e à esquerda os inúmeros projectos político-ideológicos não disciplinares mais reconhecidos do que o exercício lectivo.(...)"

"Currículos vão ser revistos, mas ministro admite que disciplina de Cidadania continue"