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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

dentro por fora

04.09.14, Paulo Prudêncio

 

 

 

Elege-se a singularidade, testa-se o ser qualquer e constrói-se o insuperável. Não se quer um igual mas precisa-se do carácter universal do indivíduo e anseia-se pela coisa comum (a religião, a ideologia política, a filiação associativa e a identidade por género, como se diz agora).

 

Há a diversidade regional. Portugal é semi-periférico e tem, ou teve, as suas categorias: uma densidade inigualável de inhos e de supervisores. Fiquemo-nos pelos inhos.

 

A utilização dos diminutivos (fomos únicos no assunto) na Educação podia dar maus resultados.

 

Conclui-se que somos adultos com egos elevados. Fiz pesquisas por ego-história convencido que era uma invenção nossa. Mas não: não especulemos: Freud influenciou meio-mundo.

 

Tínhamos de ser os melhores do bairro. Foi uma alta competição generalizada. Reconhecer (que era diferente de anunciar) o sucesso alheio magoava. Parece que o mote foi viver na alteridade.

 

Ai de quem se distinguisse, ai de quem fizesse bem aquilo que sempre se esperava que corresse mal, ai de quem fugisse do lugar comum e não se parecesse com a formatação estipulada pelo horizonte do quarteirão. Portugal sofreu de uma dilatação tal dos egos, que o espaço público se tornou uma impossibilidade e o exterior passou a ser o sítio oxigenado; a não ser que se conseguisse, e consiga, viver dentro por fora ou que a queda-sem-fim nos garanta alguma redenção.

 

 

 

Já usei algumas ideias deste texto noutro post.