das "reformas estruturais"
Já não consigo ouvir os repetidores da urgência das "reformas estruturais". Foram tantos os reformadores que o Estado ficou sem norte. Quem os ouve, até julga que aterraram ontem. No caso das escolas, que conheço melhor e que foram alvo de reformas do outro mundo, só não caem em calamidade visível porque a natureza é outra e a mediatização também. Aliás, se em vez de autarquias tentadas a "gerirem" empresas, escolas, hospitais e tribunais, elegêssemos autarcas com competências, responsabilidades e instrumentos para a gestão do território, talvez a agenda mediática não desolasse tanto. É evidente que essa municipalização obedecia ao questionamento de uma qualquer, e poderosa, norma-travão-oligárquica que explica tragédias visíveis e um sem número de invisíveis.
Nota: as incontestáveis alterações do clima não explicam a desertificação do interior nem o abandono da floresta e da agricultura. Num momento destes, seria bom que os protagonistas políticos olhassem para a história das suas organizações.
PATRÍCIA DE MELO MOREIRA / AFP / GETTY IMAGES