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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

das redes sociais e dos limites da democracia

15.01.17

 

 

 

Francisco Balsemão tem um pequeno texto, "Democrata, Estadista, Homem de Cultura e Bom Amigo", na revista do Expresso de 14/01/2017:97 dedicada a Mário Soares, com 22 parágrafos. Percebe-se que tem muito para contar e, por isso, torna-se mais significativa a escolha do episódio seguinte: "(...)Raul Rego convidou-nos para um almoço(...)que pareceu permitir a criação, logo ali, de um ambiente de confiança um no outro. Qual não é o meu espanto, quando, três ou quatro dias depois, recebo(...)uma carta, em papel timbrado, "Mário Soares, Advogado, Rua do Ouro", escrita à mão com uma letra parecidíssima com a de Mário Soares, em que praticamente ele me insultava, dizia que o almoço tinha sido uma desgraça,(...)Eu fiquei chocado, peguei no telefone(...): "Mas o que é isto? O almoço correu tão bem e agora você vai-me escrever uma carta insultuosa". E ele respondeu: "Eu não escrevi carta nenhuma, vou já aí falar consigo".(...)A PIDE tinha-nos visto almoçar(...)e forjou uma carta". Estes procedimentos nunca morrem de vez, naturalmente, e as redes sociais não só os ampliam, como os tornam ainda mais possíveis. Como a democracia não é eterna, e continua com limites frágeis, são cada vez mais os que erguem a voz em sua defesa como uma valor inalienável num espaço privilegiado de consolidação: o sistema educativo.

 

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