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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Das alterações nos exames do ensino básico

10.01.16, Paulo Prudêncio

 

 

 

Precisemos alguns argumentos: o sistema foi sujeito durante quatros anos a políticas de radicalismo ideológico para além da troika e é natural que o período seguinte seja de eliminação desse desastre cratiano. Como o processo cratiano sucedeu à tragédia lurdiana, calamidades comprovadas e confessadas, as mudanças urgentes são inúmeras. Seria incompreensível a imutabilidade.

 

Por que será, então, que a escola portuguesa está permanentemente em ebulição reformista?

 

Há, desde logo e há muito, duas constantes: temos grupos na primeira linha em todas as áreas e não conseguimos eliminar o abandono e o insucesso escolares. Ou seja: o aumento de pessoas na primeira linha tem uma proporcionalidade directa com a quantidade da classe média, como foi evidente no período que antecedeu a bolha imobiliária de 2008 e que se iniciou em meados da década de noventa do século XX; ponto final parágrafo.

 

Eliminar os exames, anuais e gerais, do 4º ano é óbvio por motivos mais do que conhecidos. Introduzir provas de aferição no 2º ano, anuais e gerais, é da família que nos trouxe até aqui. E porquê? Porque remete para o ensino responsabilidades que são da sociedade ausente quando o argumento é a detecção de dificuldades que levam à exclusão. Neste sentido, esta prova de aferição é completamente dispensável mas servirá o discurso político mainstream numa democracia mediatizada que é incapaz de responsabilizar a sociedade pela educação das crianças.

 

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