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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

da pequena indisciplina nas escolas

17.05.18, Paulo Prudêncio

 

 

 

Vamos lá repetir:

qual é o país da OCDE onde os professores perdem mais tempo com a disciplina para começar uma aula?

É Portugal, onde existem inúmeras salas de aula em que "reina a "pequena indisciplina"". E não saímos disto, com o discurso circular de "especialistas" (em 07 de Fevereiro de 2017) a culpar "mais os professores do que os alunos". E se procurássemos, definitivamente, outras culpas?

Cerca de um ano depois, olhemos para as componentes críticas e para o que foi feito.

Sumariemos: escola "armazém", como resultado da sociedade ausente; aluno-cliente como negação dos elementares princípios docimológicos (não tarda e a publicitação da calendarização de testes chega ao primeiro ciclo para que um petiz convoque os advogados porque o professor o submeteu a um questionário de avaliação sem calendarização; isto sim, o nefasto "facilitismo"); uma década de devassa, mediatizada em primeira página, da carreira dos professores; indústria da medição, com os respectivas pautas e quadros de mérito para os resultados de crianças (é a preparação para a selva, dizem "especialistas da ordem contrária"); "supressão" de intervalos escolares; aulas de noventa minutos como receita do 5º ao 12º ano e em todas as disciplinas; mais alunos por turma; mais turmas por professor; terraplenagem do estatuto da carreira dos professores; agrupamentos de escolas com organograma "impensado" e com aumento da hiperburocracia como factor ilusório de controle; legislação de disciplina escolar na lógica de um "tribunal dos pequeninos"; e por aí fora.

Se nada de moderado, sensato e democrático acontecer, daqui por uma década voltaremos, seguramente, ao mesmo e, obviamente, aos culpados do costume.

 

2ª edição.