Da operação Marquês
A operação Marquês está longe de um epílogo. Continuaremos no tempo da justiça. Todavia, e considerando a dimensão dos incluídos no processo - os DDT's (um chefe de um Governo com maioria absoluta que exerceu o cargo durante sete anos, o chefe do principal banco privado, os chefes da empresa de telecomunicações emblemática (a Nokia portuguesa) e com prestígio internacional, os chefes de uma forte construtora de obras públicas do regime e um ministro que também chefiou o principal banco público -, estamos perante uma teia que terá certamente ramificações ainda desconhecidas mas certificadas pelos investigadores. Mesmo considerando a presunção de inocência, é já um sério abalo no regime e uma vergonha para o país. Também, e para além do desfecho, fica, em qualquer dos casos, o registo da mentira mediatizada como táctica de convencimento popular; e com que desplante, realmente.