da "guerra" no PS
Este post é de 09 de Junho de 2014.
Ouvi António Costa inscrever o primeiro ponto da sua agenda: "a qualificação da população e o combate ao abandono escolar". Também elogiou a visão estratégica de Guterres e o ímpeto reformista de Sócrates. Se o legado do primeiro é suficientemente distante, o do segundo continua a delapidar a escola pública.
Dizem que o elogio do segundo não implica a concordância com as políticas de Lurdes Rodrigues (dito assim para simplificar). Argumentam que até o próprio Sócrates as renegou (demasiado tarde) com Isabel Alçada. Que o erro fundamental esteve na determinação, quase obstinação, com que defendia os seus ministros.
Não sei da dependência de António Costa em relação a outras figuras do PS e até se pode acreditar numa qualquer autonomia. A "guerra" no PS está num pico.
Já todos percebemos que Portugal terá de regressar rapidamente à escola pública e ao aumento da frequência escolar (até o actual MEC o reconhece, pasme-se, ao reduzir o número de turmas das cooperativas numa medida ainda muito insuficiente). E as lições do péssimo legado de Sócrates são diversas. Se olharmos para a notícia do Expresso que colo de seguida, veremos que, e por exemplo, a má propaganda eleitoral associada à manipulação estatística deu cabo do programa de reconhecimento, validação e certificação de competências na população adulta. É fundamental que António Costa esclareça o tal ímpeto reformista e com que políticas, e em que companhia, pretende dar corpo ao primeiro ponto da sua agenda.
Expresso, 7 de Junho de 2014, 1º caderno, página 27