Da Geringonça e de Leonardo da Vinci
Por acaso, está patente na Alfândega do Porto a exposição "Leonardo da Vinci - As invenções do Génio". O homem do renascimento, que criou uma Geringonça (imagem), não imaginaria que um dos seus delírios náuticos transformasse turismo em petróleo e provocasse um crescimento económico que espanta esse mundo "rigoroso" que não suporta veleidades. É coisa de génio, realmente. Os austeros da escola de Schäuble têm razão e devem pensar na mala para o violão.
Por muito que custe aos avessos a qualquer curiosidade científica, há mérito português. É certo que o plano de Centeno escolhia a subida do consumo interno; não se verificou, apesar da reposição de salários e das condições interessantes que podem acontecer no futuro próximo. Mas é uma lição política para os que adivinhavam uma catástrofe com um Governo apoiado numa Geringonça. Nem as sucessivas viagens em direcção à bancarrota (conduzidas pelas "elites" que guiavam - e se guiavam - o antigo arco governativo), esmoreciam o discurso só-arco-fim-da-história. Portugal recomenda-se, o plano de Costa e Centeno, que levou Passos Coelho, em pleno parlamento, às lágrimas de tanto rir com as ousadias científicas, é olhado como alternativa numa Europa mergulhada em problemas de navegação. Quem diria.
A Geringonça. Leonardo da Vinci.