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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

da falta de tempo para brincar

05.11.16, Paulo Prudêncio

 

 

 

 

Se não fizer isso conseguirá entrar na universidade? As duvidas na resposta a esta interrogação condicionam, demasiado cedo, os sistemas educativos. Aos seis anos começa a corrida de obstáculos que impede, desde logo, a eliminação do abandono escolar precoce. Com excepção dos países onde não se restringe o acesso ao superior, e em que o secundário é transversalmente estimulante, a regra nos restantes assume as interrogações: e se não fizer muitos trabalhos de casa desde cedo conseguirá aceder ao superior? E se não fizer exames a eito desde cedo conseguirá aceder ao superior? E se não tiver explicações desde cedo conseguirá aceder ao superior? E se não for desafiado por quadros de honra desde cedo conseguirá aceder ao superior? E se não tiver o tempo todo ocupado desde cedo conseguirá aceder ao superior? Para agravar a condição portuguesa, a sociedade ausente apresenta inúmeras famílias pobres que nem imaginam essa desinformada ambição escolar enquanto os informados do costume (alguém, com propriedade e humor, classificou-os de descomplexados competitivos) discutem ciclicamente a falta de tempo para os petizes brincarem.

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