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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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Da Dúvida Metódica no Regresso às Aulas

13.09.20

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Percebe-se os que insistem no gradualismo no regresso às aulas presenciais e que já há algum tempo sugerem a criação de grupos de 10 ou 15 alunos em cada turma para frequência presencial semanal alternada. É importante sublinhar que isso não exige que um professor que lecciona uma disciplina com quatro aulas semanais tenha que leccionar mais umas tantas à distância, duplicando a sua carga. Cada professor deve ter a turma numa plataforma digital, até para antecipar o possível regresso ao ensino à distância, e leccionar apenas as aulas presenciais onde controlará o processo. A sociedade tem que apoiar esse gradualismo e a solução RTP memória é mais um apoio para a semana em casa. É preferível ter metade da carga curricular presencial do que nenhuma; ou dito doutro modo: é preferível aprender menos do que não aprender. É como a legislação sobre a constituição de turmas: é melhor ter uma lei que preveja turmas de 20 com excepções por inexequibilidade do que uma que estabeleça turmas de 30 com excepções por inexequibilidade.

Acompanho o regresso às competições na NBA. E mesmo com atletas jovens adultos muito treinados, e com o mais detalhado controle médico que não despreza as possíveis sequelas do vírus nem acha que é uma gripezita, não se regressa em massa como os nossos alunos na Educação Física. Há gradualismo e treinos por pequenos grupos em turnos. Ninguém treina, joga ou está no mesmo espaço sem um teste negativo à covid-19 nas 24 horas anteriores. Vive-se numa bolha o dia todo e em regime de internamento porque se perspectiva que um grupo de 20 atletas, ou alunos, contacta com 800 pessoas em 48 horas.

Ou seja, o gradualismo é sugerido com as melhores intenções e com a ideia do não regresso ao confinamento total. Mas talvez este regresso em massa seja um caminho para a imunidade de grupo que contrarie os receios de um regresso em massa "obrigatório" para que dentro de pouco tempo se tenha que dizer: "tentámos, mas temos que voltar a confinar." Apesar de tudo isso, preferia um regime que assegurasse permanentemente os cuidados conhecidos a pensar nas vertentes sanitária (salvamento de vidas) e económica.