Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

da desintoxicação mediática

19.08.17, Paulo Prudêncio

 

 

 

Apesar da ubiquidade dos media, uma pessoa lá consegue afastar-se umas semanas do turbilhão na esperança que a distância e o silêncio aumentem o grau de inteligibilidade. Contudo, o regresso continua a trazer perplexidades. Não tanto o tragicómico Trump - só a sua aparição no ecrã põe o mundo a rir para embaraço norte-americano - mas principalmente o terrorismo, as mortes e as tragédias lusitanas. Por cá, os fenómenos mortais são provocados por incêndios - pela incapacidade, com décadas, dos poderes políticos (central, regional e local) em cuidar de valores preciosos como a organização e a gestão do território (para cúmulo, a plateia substituiu os culpados: dos pirómanos da aldeia passou-se para a máfia organizada) - e pela queda de um carvalho. Não se belisque. Foi mesmo isso. Sim, uma árvore caiu e matou mais de uma dezena de pessoas e deixou umas cinco centenas de feridos. E não se pense que aconteceu numa área vastíssima ou por acção de um tufão. Foi numa ilha (741 km²) tutelada pelos Governos central e regional. No caso (um parque), havia ainda a supervisão de uma Câmara Municipal, de uma Junta de Freguesia e de uma instituição religiosa; será o ministério público a apurar "a eventual responsabilidade". E, ao que consta, o dia esteve solarengo e sem vento e há muito que os avisos técnicos alvitraram a possibilidade da queda. E é isto. Afinal, sem novidades. Ninguém tinha a incumbência de zelar pela verticalidade das árvores de grande porte. É um sossego, realmente.