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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

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Da blogosfera - ComRegras

03.12.15, Paulo Prudêncio

 

 

 

Conselho Geral / "Começar de Novo", por Paulo Prudêncio

 

 

No âmbito da minha participação no Conselho Geral ComRegras, foi publicado o seguinte texto sobre o tema em agenda - Equipa do novo Ministério da Educação:

 

Foi tal o plano inclinado do sistema escolar na última década, que não existirá área da sua organização que não necessite de uma espécie de “começar de novo”.

Se tomarmos como referência o relatório 2015 do CNE ou o Education at a Glance 2015 da OCDE, saberemos que, em 2012, 2013 e 2014, o insucesso escolar aumentou em todos os anos de escolaridade e que somos o país da OCDE com a maior diferença de qualificações entre gerações.

Há três variáveis que influenciam directamente as componentes críticas referidas e que necessitam de ser eliminadas de forma a acompanharmos o que de mais sensato se faz na Europa: mercado escolar, cliente escolar e neoliberalismo escolar, digamos assim. São três variáveis que atingiram um ponto crítico, que se ligam e que podem ser sumariamente sistematizadas da seguinte forma: rankings como modo único de vida, senso comum como dominador da autoridade escolar e individualismo de escolas dominadas por grupos de interesses alinhados com a partidocracia local.

A propaganda escolar inspirou-se na lógica do “mercado selvagem”. A cooperação dentro das redes escolares, a boa gestão de recursos e a prevalência de um ensino emancipador, ecléctico e que accione o elevador social foram ideias negligenciadas com o avanço do milénio e com uma queda a pique nos últimos quatro anos.

Está ainda identificado, e há muito, o fenómeno da hiperburocratização que é, em grande parte, estimulado por uma avaliação externa que premeia o aumento da obtenção de inutilidades no domínio dos sistemas de informação. É imperativo que esses programas estimulem exactamente o contrário, ou seja, a supressão de procedimentos, a penalização dos lançamentos repetidos e a eliminação das inutilidades.

 

Paulo Prudêncio.

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