Afinal, a Gerigonça
Em 2015, Portugal tentou um algoritmo diferente do imposto no Eurogrupo. O mainstream apressou-se a anunciar a syrização. Mário Centeno chegou a Bruxelas envolto numa aura risível, semelhante à da sua primeira intervenção no parlamento que levou Passos Coelho às lágrimas de tanto rir. Por muito que custe aos avessos a qualquer ousadia, como foi o caso do ex-PM, há mérito português. É certo que o plano de Centeno priorizava a subida do consumo interno que não se verificou com a intensidade imaginada; para além disso, beneficiou da política do BCE, de um conjunto de cativações no OE, e nas carreiras com mais pessoas, e da subida inesperada do turismo. Mas é uma lição para os que adivinhavam o caos com um Governo com este apoio. Nem as sucessivas viagens em direcção à bancarrota (conduzidas pelas "elites" que guiavam - e se guiavam - o antigo arco governativo), esmoreciam o discurso só-arco-fim-da-história. O plano de Costa e Centeno é olhado com atenção numa Europa com problemas de navegação e a fórmula parlamentar que apoiou o Governo parece aprovada pelos eleitores com desejos de continuidade acentuados pelas alternativas propostas. Aguardemos.
Nota: os professores têm justos argumentos de insatisfação e a contenda seguirá dentro de momentos.
A Geringonça. Leonardo da Vinci.