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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

a rede escolar nos concelhos mercantilizados

22.01.14

 

 

 

A agenda mediática tem o caso do Grupo GPS na primeira linha e há um argumento que carece de rigor.

 

O alargamento exponencial do número de colégios do citado grupo deu-se entre 2004 e 2006 como resposta a uma "saturação" da rede escolar. O grupo fez propostas em concelhos onde estava inventariada a necessidade de escolas públicas. Fez esse estudo e conseguiu as licenças.

 

Mas é bom que se faça um exercício de memória. Esses concelhos "exigiam" a construção de escolas públicas desde finais do milénio passado e, mesmo com o atraso, nunca ficou um aluno por matricular até 2005. A sobrelotação da rede escolar colocava problemas à qualidade do ensino, uma vez que se exigia a redução do número de alunos por turma e a eliminação do "turno da tarde", de forma a melhorar os resultados dos alunos, combater o abandono escolar e integrar os alunos da educação especial.

 

Como referi, num debate realizado em 29 de Maio de 2013, nas Caldas da Rainha, as escolas públicas têm, nesta altura, condições para a frequência de todos os alunos. E nem adianta esgrimir os números. Basta pensar no aumento do número de alunos por turma (é hoje superior a 2005) e nos cortes brutais da carga curricular dos alunos verificada em 2011. As duas variáveis libertaram muitas salas de aula e também é inútil argumentar que agora existem mais alunos ou que as perspectivas vão nesse caminho com o aumento da escolaridade obrigatória.

 

É evidente que cada concelho será um caso diferente. É também evidente que há soluções para resolver estes graves problemas, mas que exigem conhecimento e seriedade. Não me parece que se tenha imaginado um caso semelhante ao privado da Suécia que faliu e deixou milhares de alunos, e os seus professores e outros profissionais, sem escola. Mas é ainda evidente que o caso mediático português é preocupante se pensarmos no que aconteceu a diversas universidades privadas nos últimos anos.

 

 

Pode ver um vídeo com os telejornais das 20h00, de ontem, nos três canais generalistas.

 

 

 

 

2 comentários

  • Até há uns dois anos usei outra nomenclatura para as escolas públicas: escolas geridas pelo Estado e escolas geridas pelas cooperativas de ensino. Mais tarde percebi que era mais claro o discurso se usasse escolas públicas e escolas privadas financiadas pelo Estado.

    Mas tem razão. A maioria das escolas em falta tinham, e de acordo com a lei, que ser estatais (escolas públicas geridas pelos Estado).
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