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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

A partir de uma caricatura

28.08.24, Paulo Prudêncio

 

Captura de ecrã 2024-08-25, às 14.21.44 (1).png

Foi uma surpresa muito agradável a inclusão do basquetebol nesta caricatura do Rui Foles (com quem nunca falei sobre o assunto) da Missão Escola Pública.

A minha ligação ao basquetebol começou, na rua e na escola (joguei nas equipas da primária, preparatória e liceu), em Moçambique e em Maputo (na altura, Lourenço Marques), onde joguei nos escalões jovens: no mini-basquete: Leões da Polana, Nauticus e Águias da Polana - aqui como treinador-, e nos escalões seguintes: Real Sociedade, Sporting Clube de LM e Sport LM e Benfica - no Benfica, como jogador e como treinador -; mas também em clubes de Lisboa: CIF, Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e Oriental (numa incrível saga de basquetebolistas oriundos de Moçambique); neste último também nos seniores.

A vida fez com que fosse para o Porto e que a assinatura pelo Futebol Clube do Porto me colocasse um dilema (e não cabe aqui uma análise sobre o desporto de alta competição): escola pública ou basquetebol. Percebi que Portugal era um país de futebol (e já com uma indústria em crescimento) e que não existia a cultura do basquetebol de rua, digamos assim, nem do próprio jogo; e não era só no basquetebol, como ainda hoje se observa na instrumentalização doentia do desporto e na ausência de um projecto nacional minimamente sustentado e perceptível de formação desportiva que envolva a escola e a construção de instalações desportivas. Além disso, as carreiras desportivas eram, e são, arriscadíssimas e sem qualquer rede. Os dois anos de serviço militar obrigatório, e os outros dois de profissionalização como professor, em Chaves, ajudaram-me a decidir pela escola pública.

Ainda joguei em Chaves (no Ginásio, também como treinador), Vila Real (no Bairro Latino e no Ginásio, neste também como treinador), Viana do Castelo (no Sport Clube) e Caldas da Rainha (no Sporting Clube das Caldas da Rainha). Claro que ensinei e divulguei o basquetebol no desporto escolar e em jogos 3x3 de rua (nas Caldas da Rainha, por exemplo, apareceram 2600 basquetebolistas num Sábado inesquecível). O fascínio pelo jogo sempre me acompanhou: nas aulas, nos jogos inter-turmas e nos raros jogos alunos versus professores (como no ano passado); e, claro, interesso-me pela NBA. No fundo, são dois dos interesses para a vida espelhados no desenho do Rui Foles.