a bancarrota não é apenas culpa dos outros
É consensual que em Portugal se legisla muito e mal e que no caso do sistema escolar a patologia atinge um pico por causa da insuportável desconfiança nos professores que se foi instalando, ou agravando, no que levamos de milénio. Não há país do euro que avalie o exercício dos professores com pontos e quotas. Na maioria dos países nem sequer há avaliação, havendo uma minoria que pratica as inspecções pedagógicas que validam, ou não, a continuidade do exercício.
Em Portugal continua em vigor um desmiolo brutalmente injusto que pontua com quotas e com base em relatórios de três páginas. Há ainda mais umas coisas insanas.
Para além disso, qualquer troika levaria as mãos à cabeça com a incompetência do legislador e com as toneladas de horas que os professores e os serviços administrativos gastam à volta da farsa. É um bom exemplo de improdutividade que explica o que escrevi no título e que nos deixa isolados na Europa. Ainda há dias ouvi Guilherme D´Oliveira Martins sublinhar a falta de qualidade do legislador e o excesso de produção de leis como um dos factores que mais nos penalizam. Há anos que o discurso se repete, e pela voz das mais variadas figuras, e que nada acontece.
Entretanto, as primeiras páginas dos jornais de referência salientam a polémica entre o IAVE e uma associação de professores. Discutem a existência, ou não diz o tal de IAVE, de um erro nos critérios de correcção de um exame. Não temos solução nem paralelo.