Quem visitar os grupos de professores nas redes sociais, constata uma crescente adesão às formas de luta em curso. Contudo, uma passagem pela comunicação de referência regista um estranho silêncio. Em regra, os dois fenómenos são sinais que antecedem os momentos mais convulsivos.
Os professores têm quase duas décadas de devassa mediática da sua profissionalidade e de acção contra as políticas aplicadas pela primeira maioria do PS (2005) com consequências graves e indesmentíveis. E estão também cansados de palavras inconsequentes. Para além disso, a repetida crítica a blogues e movimentos já tem história desde 2008. Olhe-se para onde estão agora os diversos protagonistas, para se perceber como eram infundadas a maioria das críticas à cidadania (...)
A agenda mediática inundou-se de desaceleração económica, em Portugal e na Europa, e o discurso dirigiu-se de imediato para os travões na carreira dos professores. Convenhamos que essa "impossibilidade" não esperava por este momento. Mas a pergunta que se impõe é outra: onde estão as propostas decorrentes da imaginação?
O PR vetou a recuperação parcial do tempo congelado e apelou à criatividade. O Governo disse que reabrirá negociações. Faça-se um aviso técnico em tom irónico: não há preparação para apurar com rigor quanto custa a recuperação total do tempo de serviço; não vale a pena esperar pelos números. O tempo passa e nada acontece. Entretanto, aumenta a frequência de notícias com a falta de professores. E era fundamental que a sociedade conhecesse o desprezo (...)
Ouvi noutro dia e concordo: Maquiavel, no Príncipe, foi um generoso, ao contrário do espírito insinuado nas inúmeras vezes em que é nomeado; limitou-se a explicar, o que é diferente de propor ou concordar, o que observou. Se com os professores o Governo continua no registo "vence-os pelo cansaço", será melhor ler, ou reler, o Príncipe e não confiar no que dizem que lá está escrito.
Os professores voltaram hoje aos protestos de rua através da acção dos (...)
A generalidade dos professores está descrente, agastada ou radicalizada. Como alguém disse, "só os alunos dão ânimo aos professores". Há mais de uma década que é assim. A mediatização abre com greves, manifestações, vigílias ou protestos pontuais e é intervalada por analistas, jornalistas, comentadores, tudólogos e dirigentes políticos que se entretêm no "arremesso ao professor". Quando se prova que mentiram, nada é reposto. É uma devassa inigualável. Até (...)
É espantoso, realmente. Veremos como acaba esta saga da recuperação do tempo de serviço. De acordo com a notícia que vai ler, interroga-se: a decisão governamental para os professores está concluída e nivelará por baixo outras carreiras?
Ora leia: "Tempo de serviço dos (...)
Passei pelos principais sites dos OCS portugueses e não encontrei, nas primeiras páginas, qualquer referência às notícias de ontem a propósito dos professores. Afinal, o Público tinha uma referência. Pela imagem, que é de circunstâncias anteriores, percebe-se que não (...)
Sucedem-se os governos resumidos a uma ideia nas políticas escolares: eliminar as formas de luta dos professores. A última e recente vergonha denominar-se-á Portaria 223Ade2018 ou "fim dos (...)
O Governo e a plataforma de sindicatos de professores estão, desde 3 de Julho de 2018, em aturada reflexão para a reunião, de 11 de Julho de 2018, convocada por um executivo de agenda sobrelotadíssima. Os membros da mesa negocial passarão os próximos dois dias em exercícios de consultoria enquanto os professores contabilizam mais de trinta dias de greve aos conselhos de turma.
Vi simulação negocial, nos assuntos dos professores, na última década e meia entre governos, oposições e plataforma de sindicatos. Também vi o mainstream surpreender-se com a capacidade de organização da cidadania activa, nomeadamente na denominada web 2.0 e mais recentemente no facebook. E nessas surpresas das forças institucionais assisti a acções destinadas a silenciar as novas formas de organização. Mas o que ontem registei por parte do PCP é exponencial. Ou (...)
Há quem tente antigas instrumentalizações na actual luta dos professores. Desde logo, usando uma falácia. Nos OCS, mas também nas redes sociais, diz-se com frequência que os professores ficaram em silêncio durante os governos da PàF. Não é verdade. Consulte os posts do mês de Junho de 2013 e terá a documentação necessária. A esse propósito, escrevi ontem num debate.
(...)Um dos momentos mais difíceis da já longa luta dos professores portugueses da (...)
Os professores desencadearam a luta mais difícil (Junho de 2012) da última década com uma impopular greve a exames do 12º ano e a todas as avaliações de final de ano. Não teve o impacto mediático das grandes manifestações (há hoje, e até em 2012, menos professores, 100 mil, do que os que se manifestaram em 2008,140 mil de 170 mil), mas atingiu objectivos de forma mais precisa. Se não o tivessem feito, mais de 10 mil professores dos quadros seriam empurrados para uma (...)