por via administrativa
Um dia a história da Educação em Portugal esclarecerá. O período que estamos a viver, desde 2005, na Educação, e no que ao estatuto profissional dos professores diz respeito, será classificado como "de quase fascismo por via administrativa". Estou a pesar muito bem o que estou a escrever e situo-me longe das questões salariais: cortes nos vencimentos ou bloqueio nas progressões na carreira.
O primeiro passo para este estado deplorável começou pela declaração de desconfiança nos professores, que têm um estatuto social recomendável na sociedade portuguesa, que foi enunciada por um grupo de políticos profissionais que tenho dúvidas se estavam democraticamente bem preparados para as funções que exercem.
Com as devidas proporções, é caso para se dizer: os professores portugueses foram os escolhidos. Primeiro havia que os fragilizar na condição profissional. Por serem o grupo profissional mais numeroso na função pública, e por terem sindicatos fortes, a sua massa salarial e a sua coluna vertebral seriam sempre para cortar. Essa poupança destinou-se, e destina-se, à regulação pelos mercados; o que no caso português poderá significar ao controle pelas máquinas partidárias.