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Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

Correntes

da pedagogia e em busca do pensamento livre

sua excelência, o activista

16.12.10

 

 


 

 

 

 

Sua Excelência ruborizava-se amiúde: a sua solenidade estava bem decretada: educar os corpos perdidos no tempo e no espaço, e agora, também, no ciberespaço; e todos; e finalmente; e para sempre; e.


Era uma sina sideral, digamos assim. Sua Excelência conhecia mais da astrologia do que da astronomia e existia em permanente alteridade cósmica: nunca saía do outro. Sua Excelência perscrutava com tanto método a vida alheia que o seu corpo se tinha deslocado de si para lugar nenhum.

Sua Excelência, actvista, nobre e altruísta, não entendia a sua intima fatalidade: os seus propósitos não sufragavam.

 

(A reedição deste pequeno texto da rubrica "sua excelência" deve-se a um fenómeno antigo e que tem conseguido particular evidência nas pessoas que ocupam cargos no ministério da Educação (de governo e outros logo a seguir) e nalguns dos mais inflamados radicais que estavam na luta dos professores (daqueles que até vertiam lágrimas durante as suas oratórias e nas páginas mais mediáticas e que incitavam quem quer que vacilasse para uma luta extrema e sem tréguas): quando os antigos e antigas fervorosos sindicalistas, activistas que não aceitavam a livre discordância dos seus pares profissionais, gente que propalava uma auto-inundação de pergaminhos de luta, passa a ocupar cargos executivos ou de decisão na esfera governativa, revela e pratica os tiques mais detestáveis dos déspotas que pululam nas mais diversas atmosferas das nossas sociedades; isto também se aplica aos tais corajosos e inflamados activistas das causas dos professores que agora se "sacrificam" de um modo que não me apraz registar mas que nunca nos deve surpreender; o tempo encarregar-se-á, ou não, claro, dos naturais esclarecimentos. 1ª edição em 22 de Abril de 2008)

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