ler e reter
14.02.08

(foto de Robert Frost,
o poeta americano que escreveu
e leu (a intensidade do brilho solar impediu-o
de ler o poema escolhido) um poema na cerimónia
de tomada de posse do John F. Kennedy.
Se o meu caro leitor estiver para isso,
encontra por aqui um belo poema
de Robert Frost intitulado de
"vidoeiros")
Eis que se aproximam momentos relevantes para a história deste nosso mundo: a eleição do próximo presidente dos Estados Unidos da América.
O processo de escolha dos candidatos vai fazendo o seu caminho. A esperança na mudança reside nas candidaturas do partido democrático. São demasiadas e bem fundadas as críticas sobre as políticas da actual administração. Paul Robin Krugman é uma das pessoas que faz referências críticas sistemáticas que fogem ao importante, e cruel, tema da guerra. É economista, professor na Universidade de Princeton, tem vários livros publicados e escreve uma coluna bissemanal no The New York Times.
Crítico da "Nova Economia", designação que surgiu no dobrar do milénio, para narrar a transição de uma economia de predominância industrial para uma economia baseada no conhecimento e nos serviços, em resultado do avanço tecnológico e da globalização económica.
Com a crise do liberalismo selvagem em que vivemos associado ao bloqueamento proporcionado às chamadas políticas sociais, espera-se da nova administração americana a capacidade de reinventar o sonho e a poesia e de renovar a esperança. Com uma árdua caminhada pela frente, quem quer que venha a obter o privilégio, e a oportunidade, de fazer história, deve considerar atentamente o seguinte diagnóstico de Krugman:
«Para compreender o aumento da desigualdade social nos EUA não podemos deixar de considerar o papel das políticas prosseguidas por sucessivas administrações americanas desde o final da década de 1970, que incluem:
o ataque ao movimento sindical, que reduziu o poder de negociação dos trabalhadores;
os cortes radicais nos impostos sobre os rendimentos;
as restrições políticas e sociais à acção das administrações de empresas privadas (nomeadamente, na distribuição de dividendos);
o ataque à segurança social pública.
Estas e outras medidas foram promovidas por políticos cuja principal preocupação consistiu em satisfazer os desejos dos interesses milionários que lhes pagaram as campanhas.»