da democracia
Os partidos do arco parlamentar estruturaram as nossas organizações políticas e os do arco do governação a possibilidade de formação de executivos. Podemos afirmar que o voto que leva ao poder governativo está balizado e oscila no denominado centrão. Há, decerto, democratas em todas estas organizações políticas.
A democracia não é eterna e os seres humanos não são santos. Para encontrar fanáticos, populistas, totalitaristas (os FPT´s, digamos assim) e por aí fora não é necessário viajar para Marte.
Quando surgem novos partidos, movimentos de cidadãos, blogues e outras iniciativas da sociedade civil, há muitos que se apressam a empunhar as bandeiras dos perigos para a democracia. É importante que o façam para os dois lados. Ou seja: as democracias entram em crise porque os órgãos instalados se revestem de FPT´s que só se contêm enquanto a oportunidade não surge. E sejamos francos: não há pior doença para a democracia do que a corrupção, coisa que os partidos políticos vigentes conhecem bem e que cultivam quando defendem internamente, e de modo pragmático, que o exercício do poder é para os "espertos". O caderno de encargos duma boa parte dos nossos partidos está mais perto da oportunidade de "negócio" do que da transparência e da honestidade.
A imparcialidade exige que se reconheça e combata estes flagelos.
Mas não basta aparecer. É preciso que a agenda seja clara e consequente. Se surge um movimento de professores, para dar um exemplo mais de acordo com a maioria dos leitores, não é aconselhável que numa hora de discurso 59 minutos sejam ocupados com críticas aos sindicatos.