fraqueza e despesismo
Quando li a notícia com o título "quase 15% dos directores recorrem a outscourcing para gerir escolas" fui buscar este texto que escrevi há tempos e reescrevi-o.
"Sorri quando o orador apontou o outsourcing como uma das experiências que mais desvantagens associou ao mundo organizacional na modernidade e que mais contribuiu para a hecatombe da industria mais florescente desse período recente da nossa história: a financeira.
Ao questionar-me pelo meu sorriso, disse-lhe que sempre considerei a opção pela fonte exterior como que uma auto-certificação de incapacidade. O orador anuiu.
O que de mais precioso uma instituição pode ter no seu coeur business é a liberdade de agir sobre os seus sistemas de informação. Hoje é correcto dizer-se que não se lidera sem se dirigir dois sistemas: o de informação e o financeiro.
O outsourcing fez sorrir os stakeholders das organizações modernas: os accionistas. O seu bem-estar resumia-se aos lucros obtidos, que subiam sempre que havia uma redução dos recursos humanos. Essa decapitação cerebral levou a que a decisão sobre os detalhes da informação a obter passasse para fora, por mais partilhado que fosse o período de análise dos sistemas; os decisores do exterior podiam sempre responder: "é uma boa ideia realmente, mas é impossível de concretizar".
Essa dependência do exterior na definição da informação que deve ser obtida na rede para suporte à tomada de decisões revelou-se fatal e está generalizada. São poucas as administrações que têm condições (de conhecimento ou de vontade) para definir os campos da informação, mas as que o fazem fogem da mediania e são as únicas capazes de alavancar as suas organizações e de eliminar a má burocracia.
O outsourcing pode não ser requerido apenas no lado de fora. Há indivíduos recém chegados que se vêem abruptamente catapultados para a definição da filosofia de gestão da informação das suas organizações com a consequente e exclusiva responsabilidade pelos resultados; principalmente se forem negativos."